Tem raízes profundas e antigas o dilúvio que assola todo o território nacional e vem causando uma tragédia atrás da outra, nas grandes cidades e no interior. Por que, de repente, avenidas transformam-se em rios, morros desabam sobre casas, pontes se desfazem e gente morre aos montes ?
O problema, em grande parte dos eventos, foi a desídia dos governos anteriores, municipais, estaduais e federal.
O vultoso crescimento demográfico, à ampliação urbana desordenada e o descaso do poder público para com as obras de saneamento e infra-estrutura nas cidades são as verdadeiras causas de tanta destruição.
A ausência do estado e dos políticos cuja missão seria prever e prover as cidades de mecanismos capazes de enfrentar a natureza foram fatores preponderantes para tanto sofrimento humano perante as chuvas que andam devastando muitos lugares em nosso país.
Galerias pluviais insuficientes, rios sem dragagem, estradas e viadutos construídos para enriquecer empreiteiras, licenças para a construção de frágeis residências no alto e nas encostas dos morros, invasores, etc. – tudo contribui para o caos.
Fica, porém, o diagnóstico que os governos municipais, p. ex., deixam de reconhecer: dedicaram-se apenas a obras de fachada.
Carlos Chagas – Obras de fachada (modificado por Aldo Corrêa).