Em Memória de Josué de Castro, Betinho,
Jorge Amado, Raul Seixas e
João Cabral de Melo Neto…
Aos Mártires do Brasil e do Mundo…
Aos que lutam por um mundo melhor…
Geografia da fome
É um livro universal…
Disseca a realidade
Da terra do carnaval…
Da sub-desnutrição
Via multinacional…
Josué lembra os Sertões
O Quinze, a Bagaceira
Vidas Secas-Lampião,
Patativa, Zé limeira…
Repente-Cordel-Cangaço
Xaxado… Mulher–Rendeira
Josué mártir–guerreiro,
A fome nos violenta,
Tortura a população
Desnutre desorienta.
Fome de Educação…
É oito ou é oitenta…
Mestre da geografia
Médico e pensador
Diplomata e filósofo
Cientista-escritor
Homem público-honesto
Inteligente-criador…
Foste profeta da fome,
Perseguido-exilado
Embaixador em Genebra,
Na ONU foi destacado…
Por sua capacidade,
Ao Nobel foi indicado…
Pobres homens-caranguejos,
Comendo lixo e lama…
Seres sem-terra, sem-teto,
Vítimas da grande trama
Tornam-se anões-gabirus
Sem escola e sem cama…
Humanidade faminta,
De amor, prazer e pão
Falta escola, falta paz…
Só não falta exploração
Falta o feijão com arroz,
Na novela da opressão…
Fome global no mundo
No Brasil: calamidade…
Desemprego-desgoverno
Subnutrem a verdade.
A fome devora a vida,
No campo e na cidade…
Fome histórico-geográfica,
Neste Brasil continente.
Devora o trabalhador,
Com salário deprimente.
Carcome a vitalidade
E a luz de nossa gente…
A corrupção impera
No coração do Brasil
Alibabás e lalaus
multiplicam-se por mil
Entregam o patrimônio
Ao estrangeiro hostil
Guaribas e Cearás
Vitimados pela fome
O terror massacra o povo
Analfabeto sem nome…
Gringos comem caviar
Lá em Londres e Maiame…
A fome assola a terra…
O Brasil de sul a norte
Saara… Afeganistão…
La fome é irmã da morte
Xangô Cristo Alá Tupã
Como fica nossa sorte?
O que será do Brasil?!
Tanta renda concentrada!
A fome matando a plebe…
Amazônia devastada…
O que será do planalto?
Terá luz na alvorada?
Até quando o descaso?
A grande massa espoliada
Trabalhadores com fome,
Sem salário, na estrada…
Sem-terra, sem esperança,
se alimentando do nada?!
A fome é um dilema
Neste país continente
Falta lastro e competência,
Pra elite dirigente,
Que mata o povo de fome:
Raiva dengue dor de dente…
Severinos retirantes,
Favelados na miséria,
Governantes! Olho vivo…
A situação é séria…
O povo já virou gado.
Nessa vida deletéria.
O povo vive inchado
por falta de nutriente…
O povo está calado,
Porém, não está contente,
Quer mudar o paradigma,
Da gestão incompetente.
Valei-nos Santa Quitéria,
São Cristóvão, São Joaquim,
São Lutero, São Calvino,
Na inquisição do fim…
Varrei a fome do mundo…
São Miguel, São Serafim.
Valei-nos Nossa Senhora,
Nosso Senhor do Bonfim
Minha mãe Aparecida…
O que é que será de mim?!
Com o salário congelado,
será que será o fim?!!
Valei-me meu Padim Ciço
São Pedro e São João
A fome devora o povo
Com tanta corrupção…
Impera dor no palácio:
Acuda… Frei Damião…
Lá na Vila Estrutural,
Sombria desnutrição,
Nos recantos-samambaias,
Nas favelas da ilusão…
Valei-me Santa Maria
E meu São Sebastião
Está na hora de mudar
Repartir melhor a renda,
Com aluno bem nutrido
Qualidade na merenda
Espero chegar ao dia
Que a fome seja lenda…
O latifúndio esfomeia
Traz o êxodo rural
Faveliza o cidadão
Dilacera o social
Reforma agrária urgente…
Grita a plebe marginal
Na luta, na resistência,
Zumbis e Conselheiros
Quilombos e contestados,
Nos Canudos brasileiros
Escreveram a História
Patriotas verdadeiros…
Exportam o alimento
Pra Europa-pro Japão,
O povo fica faminto
Comendo luz-ilusão
Maqueiam fome-novela
Mascaram na televisão…
Revolucionar o estado
E a nação transformar
Conquistar soberania
E a fome exterminar…
Fazer o povo feliz
“Cante lá, que eu canto cá” …
Ao jovem Mestre Rodrigo
Nosso vate comandante
Aos colegas de Escola…
lutadores, sempre avante
Gente que combate a fome,
Faz Josué triunfante…
Vida na linha de frente,
Luminosa, radiante…
Amor, uma obra-prima,
Universal transmutante
A Arte nos alimenta,
Com a leitura de Dante…
A todos, nossa amizade…
E nossa admiração…
É preciso consciência
Em uma Nova Gestão…
Desejo paz e sucesso
Mundo em Revôolução…
Fonte: http://www.revista.agulha.nom.br/gustavodourado2.html#fome
Apresentado como Trabalho nota 10 no Curso de Pós-Graduação Em Gestão Pública 2001/2002
ONU/ESCOLA DE GOVERNO
Parabéns pela palavras
Não sei o que dizer
As rimas são bem frazeadas
Feliz, fico em ver
Que existem pessoas animadas
Que com poesia sabem do sofrimento dizer
Fazendo refletir
Quem com o coração ainda não sabe ver …
Águia
Autor poeta
Raimundo Nonato da Silva
Águia é símbolo de nobreza
Porque tem força e vigor
Campeã indiscutível
Alteza que tem valor
Serve de exemplo para aqueles
Que esperam no senhor
Forte viva e corajosa
É vencedora e robusta
Ela tem força de sobra
Não tem medo nem se assusta
E o valor de uma águia
Só Deus sabe quanto custa
O povo de Deus também
Tem que ser forte e guerreiro
Valente como uma águia
Que triunfa o tempo inteiro
Não tem medo de ninguém
E seu vôo é altaneiro
Ela vence a tempestade
Não retrocede nas procelas
Ninguém intimida a águia
Ela enfrenta as novelas
Pra ameaças nem liga
E nem bate as asas belas
Adversário é perdido
Que ela rompe as barreiras
E vai vencendo os grilhões
Aquebrantando fronteiras
E conquistando as alturas
É a maior das barreiras
Pois a águia faz no céu
Seu caminho com razão
Deus a fez para as alturas
Vive na imensidão
A rainha do espaço
Não se arrasta no chão
A agia voa tão alto
Sua força nuca nega
Diferente de outros pássaros
O caçador não lhe pega
Uma águia morta pra casa
Já mais o homem carrega
O segundo vôo da águia
É mais alto que o primeiro
Mais alto que o segundo
Porém já é o terceiro
Cada vez voa mais alto
Com seu instinto guerreiro
Rápida como um avião
Mais que carro no asfalto
Águia não teme a bandido
O ladrão e nem assalto
E da lição para o crente
Mandando voar mais alto
Acima da tempestade
A águia pode voar
Passa por nuvem e relâmpago
Ouve o trovão ribombar
Agiganta seus esforços
Mas nada vai lhe parar
Corajoso como a águia
Devemos ser no momento
Que a tempestade chegar
Problema ou o sofrimento
Passar por cima de tudo
Sem temer a nenhum vento
Igual a tiro de flecha
A águia voa direto
Aonde vem ou aonde vai
O seu cominho é correto
Sabe tudo e nunca erra
O seu vão é livre e reto
Águia tem asas enormes
Maior que o corpo dela
Fica pairando no ar
O vento movendo ela
A heroína do vôo
Torna-se mais do que bela
Vai pros cumes dos penhascos
Atrás do alto renovo
E serve até de lição
Para dar ao nosso povo
Ela também louva a Deus
Do mesmo jeito que eu louvo
Com o próprio bico ela arranca
As penas velhas que tem
Ela não poupa a si mesma
Sente a dor e o desdém
Mesmo com dor e velhice
Ela busca viver bem
Quando a águia arranca as penas
Fica feia e deformada
Com o tempo nascem outras penas
Deixando ela renovada
Encantadora e bonita
Linda forte e enfeitada
Quando o seu bico esta velho
A águia aprende ao fazer
Esfrega o bico numa pedra
Até o sangue verter
Com o tempo o bico cresse
Nisto a águia tem saber
A águia cuida do filho
Para ninguém o pegar
Constroem seu ninho no alto
Pro homem não alcançar
Os animais predadores
Nele não pode tocar
Quando as garras ficam fracas
Elas pra fortalecerem
Bate as garras sobre a rocha
Para caírem e crescerem
Outras garras bem novinhas
Pra elas se defenderem
Eu sei que a águia é
Uma ave solitária
Nunca voa em rebanho
Ela é extraordinária
E como um sábio medita
Na hora mais necessária
A águia enxerga de lado
Por traz também adiante
Trezentos e sessenta graus
Como uma lente importante
Com raios dos olhos dela
Vê tudo que esta distante
A águia é quem mira o sol
E encara frente a frente
Não cai e nem se encandeia
Nem tem a vista doente
E a mesma visão da águia
Deve ter o homem crente
Ela vê quem ta na frente
Quem ta de baixo ou em cima
Vence o frio e o calor
Consegue fazer estima
Mas por detestar calor
No alto busca o bom clima
Queria ter vista boa
Do jeito que a águia tem
Por mais longe que ela esteja
Vê a vitima quando vem
Sem precisar usar óculos
Enxerga mais do que bem
Águia ama a liberdade
Não gosta de cativeiro
Em gaiola ela não fica
Em zoológico nem viveiro
Que Deus lhe fez pra ser livre
E voar o tempo inteiro
Quando a águia fica velha
Se sente um pouco cansada
Interrompe o seu trabalho
E a sua caminhada
Desiste do compromisso
Fecha agenda e não faz nada
Diferente da galinha
Que namora no poleiro
A águia respeita e ama
E não troca de parceiro
Ela é muito fiel
Não trai o seu companheiro
Temos que ser como a águia
Rigorosa vigilante
Perceber quem ta por traz
De lado e também distante
Triunfar vencendo o diabo
Que isto é mais importante
Faz seu ninho no penhasco
No cume alto também
Como mãe educa os filhos
Ama zela e lhes quer bem
Vigilância como a dela
Bem poucas pessoas têm
Ela desperta os seus filhos
Voando ao redor do ninho
Puixa eles sobre ela
Ensinando um bom caminho
Dá uma lição de mãe
Com muito amor e carinho
Quando é hora dos filhos
Sair de casa ela avisa
Dá independência a eles
Porque cada um precisa
Voar só na imensidão
E assim se realiza
Não mantém os filhos presos
Debaixo das asas dela
Ensina e da liberdade
É mãe professora e bela
É como Deus ensinando
Tudo que a vida revela
Mesmo amando os filhos aplica
Uma ação dolorosa
Pra tirar eles do ninho
Dá espinhos e não as rosas
Bota os filhos no trabalho
Porque não é preguiçosa
Mesmo furados de espinhos
Seu filhote continua
Com preguiça lá no ninho
Nem voa e nem flutua
Por isto é que a mãe aplica
A lição pesada sua
Ensina os filhos voarem
Soltando eles da altura
Quando eles não batem as asas
Deles ela vai à procura
Pega nas asas e sobem
Aos poucos dando estrutura
Três quatro cinco ou dez vazes
Até os filhos a prenderem
Voarem de mundo a fora
E assim sobreviverem
Saindo do comodismo
E algo de bom fazerem
Temos que ser corajosos
Do jeito que a águia é
Procurar coisas do alto
Você que em Deus tem fé
Pra gente chegar ao céu
De Jesus de Nazaré
A águia não da o peixe
Pro filho se alimentar
Quando ele esta grandinho
Ela ensina ele pescar
Que quem pega o prato feito
Depois não quer trabalhar
Renovados como a águia
Seremos a cada dia
Buscando Deus nas alturas
Com poder e alegria
Bem aventurado o homem
Que só no senhor confia
Eu quero ser como águia
E voar com liberdade
Fazer tudo que eu quero
E ter a livre vontade
Que quem não se sente livre
Não acha felicidade